Todo ano é a mesma coisa, e cá estou eu sentado em frente a uma folha de papel tentando escrever nela tudo o que deveria, mas que simplesmente não consigo. Logo eu que tenho inspiração para escrever sobre tantas coisas, sobre tantas pessoas. Logo você que merecia receber o melhor de todos os meus textos. O conteúdo sempre acaba ficando menos importante que o tema, e lá se vai mais uma folha amassada jogada na lata de lixo. Sabe mãe, se eu pudesse, se tivesse esse poder de escolha, faria só mais um texto na vida, e esse seria todinho dedicado a você. Só mais um, desde que esse ficasse a sua altura. Tudo que penso e escrevo tem um pouco de ti. És a minha musa inspiradora, minha motivação constante e meu motivo para seguir, muito embora esse seu filho, tão espontâneo para coisas bobas e tão fechado para o fundamental, nem sempre consiga demonstrar isso. Não existe sentimento melhor do que saber que posso sair de casa, rodar o mundo, tentar, arriscar, errar, persistir e voltar com a certeza que terei o seu abraço e o seu sorriso generoso me esperando quando a porta se abrir. Não mãe, esse ainda não é o seu texto. Talvez ainda não tenha conseguido escrevê-lo por me faltar a maturidade necessária, mas sinto que estou cada vez mais perto de me tornar capaz de fazê-lo, uma vez que, conforme o tempo passa, mais me dou conta da importância que tens na minha vida. Não, o seu texto ainda não chegou nesse verão, quem sabe no ano que vem. Esse aqui é só para agradecer primeiro a Deus por ter me dado a oportunidade de vir nessa vida aqui como o seu filho, e depois a você por fazer do meu mundo um lugar melhor, e por ter me ensinado tanto e da forma mais carinhosa possível. Peço aos céus que me dêem a oportunidade de viver por muitos anos ao seu lado aqui nessa vida, e que depois dessa aventura, nós nos encontremos na eternidade. Porque o nosso amor não se resume a esse mundo.